O grupo Laranja Oliva lançou no início deste ano o álbum “Carta da Terra”. O segundo disco da banda faz referência à declaração de princípios éticos da Organização das Nações Unidas (ONU) e destaca a importância de vivermos em harmonia com nós mesmos, com aqueles que nos cercam e, principalmente, com a natureza.
Produzido por Hugo Silva e gravado no Estúdio Family Mob, em São Paulo, o álbum tem influências de artistas como Elza Soares, Baiana System, Emicida e Lenine, sendo considerado o primeiro na história da música brasileira com proposta ambientalmente sustentável.
“O álbum é a materialização do que a gente acredita como base para seguir com os nossos dias, uma experiência transformadora que impactou diretamente nossas vidas. Dizer que é o primeiro álbum sustentável do mundo parece soar pretensioso, mas não encarar dessa maneira também reduz a importância que ele tem e nós não podemos deixar de frisar isso: produzir de maneira sustentável é possível — seja um disco, uma roupa, uma embalagem, uma ideia. É hora de mudar, de evoluir, transmutar. E o ‘Carta da Terra’ é o convite a essa oportunidade”, explicam os integrantes do Laranja Oliva.
Somando 10 faixas e 3 interlúdios — todos incluindo fragmentos de textos do Leonardo Boff —, “Carta da Terra” inicia-se com “Alface“, que apresenta a visão do agricultor. Mesmo plantando, cuidando e colhendo o alimento, muitas vezes ele é esquecido pelo consumidor final.
Em seguida, com toques de funk e maracatu, “Treze” traz questões mais profundas da vida. Entre elas, tecnologia e vício virtual. “Plástico” retrata a crise mundial e os meios de produção em massa que estão destruindo nosso planeta.
Intitulada pelo grupo como “música brasileira raiz”, “Wei-Ji” tem a participação de um coral com 500 crianças, de 5 à 12 anos de idade. A letra, sobre uma pessoa que vive na atualidade e busca livrar-se do sofrimento, alerta que “não existe caminho para a paz, a paz é o caminho”.
“Rocha” é uma bagunça generalizada de timbres de sucatas e synths modernos. Agressiva e engraçada, percorre pelo trashcore, dub e funk carioca. É uma maneira de rir diante do desespero. Em “Amora“, Laranja Oliva relata um relacionamento rápido e intenso, que cultivou planos para o futuro, mas acabou. A track abusa das percussões e resulta em uma mistura de rock brasileiro com macumbacore.
“Lua” é uma balada mais leve, ideal para soltar o corpo no vento, tomar banho de cachoeira e sentir a imensidão. Um salto no cosmos para acalmar e afirmar que, embora relacionamentos terminem, o amor não. Acompanhada de violão e contrabaixo, “Fogo” é choro, saudade e desabafo.
Da união entre o rock clássico e progressivo, “Espiral” conta com a participação de Victor Meira, vocalista do Bratislava. “Cosmos“, com participação do duo Diretriz, fecha o disco com um rap melódico e faz um resumo de tudo: do Big Bang até as segundas-feiras.
“Somos um acidente estrelar e isso é lindo. Essa música, sem dúvida, é a que mais retrata o nosso retiro espiritual dentro do estúdio, dando vida ao ‘Carta da Terra’. Foi uma experiência inenarrável… Jovens caipiras se arriscando em algo muito maior: um sonho, uma filosofia, uma busca incessante por respostas que nunca teremos, mas, também, a certeza de que, se estivermos juntos, estaremos bem”, finalizam.
“Carta da Terra” está disponível em todas as plataformas digitais. Escute aqui o álbum:
Sobre a banda Laranja Oliva:
A Laranja Oliva brotou na cidade de Limeira, interior de São Paulo. Sem rótulo definido, valendo-se do que seus membros incorporam da música em toda sua abrangência poética, o rock se funde ao funk, flerta com o samba, e passeia com o groove e o progressivo, sem que isso seja ortodoxamente edificado.
Foram seis anos tocando na noite interiorana, ainda sob outra alcunha, cultivando a boa terra que a cidade lhes reservava para o ano de 2011. Três anos mais tarde, já com nome definitivo e sonhos multiplicados, a banda lança seu primeiro trabalho, intitulado “Arroz, Feijão e Mistura”.
Com esse trabalho, o grupo, formado por Sergio Moreira (voz), Guilherme Escafandro (guitarra), Thiago Val (teclado e voz), Bruno Bertoni (baixo) e Victor Bertoni (bateria), alcançou ares internacionais com o projeto “Bolívia Tour 2014”. Participaram, também, de festivais como a Virada Cultural Paulista, no palco principal, IV Festival de Música Alternativa Independiente de Santa Cruz de La Sierra e La Paz, Grito Rock, Festival R.U.A, entre outros. Além de se apresentarem em Sesc e teatros e promoverem eventos que unem dança, pintura e poesia.
Com músicas autorais inspiradíssimas e versões de grandes influências de sua história, o som dançante e coeso da Laranja Oliva vem conquistando, passo a passo, seu espaço no cenário nacional independente. Recentemente, lançaram “Carta da Terra”. O segundo disco da Laranja Oliva, ambientalmente sustentável, aborda a importância da harmonia com o meio ambiente e está disponível em todas as plataformas digitais.
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