Prezado leitor, com essa coluna retomo a sequência de dicas de português. Como todos sabem, as provas de português, sempre relegadas a segundo plano, têm derrubado muito candidato bem preparado em outras disciplinas. Redação, então, é a grande vilã da história dos concursos.
Para evitar pegadinhas e resultados indesejáveis, nada melhor que estudar a nossa língua pátria. Então, retomemos as dicas.
“Prevenção contra” ou “prevenção de”. Sabe qual é o certo? “Existe prevenção DO suicídio? O correto não seria prevenção CONTRA o suicídio?”
O respeitado Dicionário Prático de Regência Nominal, de Celso Pedro Luft, assim expõe: “prevenção” é substantivo feminino e, em sua regência, pode exigir as preposições A, CONTRA ou DE. Ainda, prevenção é precaução, cautela A, CONTRA ou DE:
- “Encontro Estadual de Prevenção ao Uso de Drogas.”
- “Trabalho de Prevenção contra o Uso de Drogas.”
Na expressão “Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes”, Luft mostra que “prevenção de acidentes provém de prevenir acidentes”.
No dicionário Houaiss, podemos encontrar: “prevenção é um conjunto de medidas ou preparação antecipada de algo que visa prevenir um mal – prevenção DE acidentes, prevenção DE incêndios.”
No entanto, no verbete atualizado do dicionário Aulete, veem-se estes dois exemplos, com o uso somente da preposição CONTRA:
- “Medicamento de prevenção contra a gripe.”
- “Não conseguia ocultar sua prevenção contra o rapaz.”
Essa preferência regencial atualizada do Aulete está pelo seu significado primário: “contra – em oposição, em combate a: ação contra a violência; campanha contra as drogas.”
É muito válida a valorização da semântica (sentido) da preposição “contra” diante de expressões como “vacina contra a gripe”, “alarme contra incêndio”.
Entretanto, não se pode afirmar sobre a inexistência de “prevenção do suicídio” (assim como comprovam as fontes respeitadíssimas Luft, Aulete, Houaiss, Fernandes).