Prezado leitor, a língua é viva. Em razão disso, não há nada errado em uma palavra ou elemento formador ganhar novos sentidos e usos. É dessa forma que as línguas evoluem e se transformam com o passar dos tempos. A língua portuguesa que falamos hoje não é a mesma dos nossos avós, não é a mesma dos tempos de Machado de Assis e José de Alencar, muito menos da época de Camões.
As mudanças fazem parte da evolução das línguas vivas. Isso é natural. Então, segue algumas dicas para você não cair em armadilhas:
- Policiais não deteram os criminosos. Deve ser por isso que os criminosos fogem. O verbo DETER é derivado de TER, logo deve seguir sua conjugação. Se eles TIVERAM, o correto é DETIVERAM;
- Foram chamados os que ainda não deporam na CPI. Assim ninguém vai depor. Os derivados do verbo PÔR devem seguir sua conjugação. Se eles PUSERAM, o correto é DEPUSERAM;
- O juiz já interviu no caso. Se “interviu”, foi mal. O verbo INTERVIR deve seguir a conjugação do verbo VIR. Se ele VEIO, “o juiz já INTERVEIO no caso”;
- Ele não tinha intervido no caso. Assim não dá. O particípio do verbo VIR é VINDO (igual ao gerúndio). O correto, portanto, é “Ele não tinha INTERVINDO no caso”;
- Está prevista uma paralização para a próxima semana. Será um fracasso. Se paralisia se escreve com “s”, as palavras derivadas devem ser grafas com “s”: paralisar e PARALISAÇÃO;
- Ele luta por sua ascenção profissional. Assim fica difícil. Os substantivos derivados de verbos terminados em “-ender” (apreender, pretender, compreender, ascender) devem ser escritos com “s”: apreensão, pretensão, compreensão, ASCENSÃO;
- Viajou a Tókio. Não conheço essa cidade: com acento e “k”. Isso não é português nem inglês, que não tem acentos gráficos. A forma aportuguesada é TÓQUIO;
- Era lutador de karatê. A letra “k” não combina com acento gráfico. É mistura de inglês com português. A forma aportuguesada é CARATÊ;
- Vire a esquerda. Aprender crase em placa de trânsito é um perigo. Formas femininas que indicam “lugar, direção” recebem acento indicativo da crase: “Vire à esquerda”;
- Obras à cem metros. Não disse que placa de trânsito é um perigo? Não põe o acento da crase quando deve, e põe quando não deve. Antes de palavras masculinas, não há crase: “Obras a cem metros”.
Fonte: Dicas do professor Sérgio Nogueira
CLIQUE AQUI E LEIA OUTROS ARTIGOS DA COLUNA “PORTUGUÊS”