Prezado leitor, a coluna dessa semana continuará mostrando dicas e curiosidades sobre a língua portuguesa. Em princípio pode ser divertido, mas se não forem levadas a sério, numa prova ou concurso o candidato pode levar um tombo.
Então, vamos a mais um rol de dicas e curiosidades.
QUIZ ou QUIS? O certo é QUIS.
Nas formas do verbo QUERER, o som “zê” é sempre escrito com “s”: tu quiseste, ele quis, eles quiseram, se eu quisesse, quando eu quiser…
Observação:
QUISER é futuro do subjuntivo: quando eu quiser, se eu quiser…
QUERER é infinitivo: “Fez isso para eu querer sair.”
Ele REQUEREU ou REQUIS? O certo é REQUEREU.
REQUERER não é derivado do verbo QUERER. REQUERER não é “querer de novo”:
Eu requeiro (=presente indicativo), que eu requeira (=presente do subjuntivo); no pretérito e no futuro, REQUERER é regular: eu requeri, tu requereste, ele REQUEREU, eles requereram (pretérito perfeito do indicativo); se eu requeresse (pretérito imperfeito do subjuntivo); quando ele requerer (futuro do subjuntivo)…
Nos tempos do passado e do futuro, o verbo REQUERER deve ser usado segundo o padrão dos verbos regulares da 2ª conjugação:
TEMER VENDER REQUERER
Pretérito Perfeito do Indicativo: ele temeu vendeu requereu
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: ele temesse vendesse requeresse
Futuro do Subjuntivo: quando ele temer vender requerer
Um desafio
Que significa sinecura?
a) sem data marcada;
b) emprego rendoso que exige pouco trabalho;
c) indispensável, essencial.
Resposta
Letra (b). Segundo o dicionário Houaiss, sinecure, em inglês, significa na sua origem “benefício eclesiástico sem cuidado real de almas”. Por extensão, passou a significar “qualquer função ou situação que assegura uma remuneração sem que seja exigido trabalho ou responsabilidade real”. Sinecura entrou no português pelo francês sinécure, cargo ou emprego que não obriga a nenhuma função ou que necessita de pouco trabalho.
Adiar o evento sine die significa adiar o evento “sem data marcada”; e condição sine qua noné o indispensável, o essencial.
Uma dúvida
Uma pessoa criticou o uso do acento da crase: “…continuamos na mesma situação, andando à reboque deles, porque esse pacote não resolve o problema”; “…não precisam se desviar das bolinhas de frescobol, nem ver algum acampamento montado à beira-mar”.
Essa pessoa tem razão no primeiro caso. O uso do acento da crase em “a reboque” é absurdo. É impossível haver crase, pois reboque é um substantivo masculino. Temos apenas a preposição “a”.
Em “à beira-mar”, o uso do acento da crase está correto. Beira-mar é um substantivo feminino e a expressão “à beira-mar” é um adjunto adverbial de lugar. Corresponde a “…montado na praia” ou “no litoral”. Isso comprova a existência da preposição e do artigo definido feminino.
Até a próxima semana!