A aguardada estreia do Cruzeiro pela Copa Sul-Minas-Rio não foi tão produtiva quanto se esperava. Afinal, o time mineiro saiu de campo com apenas um ponto conquistado. Apesar do empate, o jogo foi bastante movimentado e com muitas chances para os dois lados, principalmente no primeiro tempo, enquanto ambos os times ainda tiveram fôlego. O cruzeiro buscou jogo o tempo inteiro, enquanto o Criciúma apostou nos contra-ataques e foi feliz. Os dois goleiros tiveram muito trabalho no decorrer do jogo e mantiveram o placar em 1 a 1.
Já sobre o esquema tático do novo técnico e as mudanças do time do ano passado, o Cruzeiro surpreendentemente jogou no esquema 4-2-4. Sim, isso mesmo, e não foram 4 atacantes em campo, foram quatro atletas jogando como atacantes. Jogaram Cabral e Henrique como volantes e na frente Arrascaeta, William, Alisson e Marcos Vinicius, todos eles se movimentando constantemente para confundir a marcação. O que teoricamente é muito bacana, mas bem preocupante, tendo em vista a fragilidade defensiva apresentada pelos contra-ataques do Criciúma. Entretanto ainda é só um início de trabalho e não podemos julgar nem analisar muito. Certo é que o novo treinador do Cruzeiro tenta implementar uma filosofia bastante ofensiva ao time que requer muito tempo e trabalho para ser assimilado pelos jogadores.
Já o rival Atlético Mineiro começou o ano muito bem nos jogos nos EUA, mas diante do Flamengo demonstrou inconsistência. O time alvinegro teve bastante volume no primeiro tempo onde foram desperdiçadas duas ou três oportunidades claras com Giovani Augusto, mas, ao que tudo indica, cansou no segundo tempo e deu chance ao Flamengo de marcar duas vezes em contra-ataques. O Atlético parece ter sentido um pouco a falta de Luan e Thiago Ribeiro (ambos lesionados) na criação e conclusão das jogadas. Em seus lugares entraram Patric, que apesar de muito participativo foi pouco eficiente, e Giovani Augusto, que saiu de campo vaiado por ter errado uma chance claríssima de gol. Tirando isso, o Atlético foi, como sempre, o Galo que estamos acostumados a ver: propondo o jogo e buscando muito as jogadas pelo setor direito (Marcos Rocha e Patric). E o Dátolo flutuando sempre buscando encontrar alguém à sua frente para efetuar assistência.
Outra enorme carência no jogo de ontem foi a ausência de Jemerson, que não pode jogar por já estar negociado com o Monaco, da França. A maior interrogação agora é quem jogará: Edcarlos, Erazo ou Thiago. Edcarlos não foi tão confiável na temporada passada, porém demonstrou ser um “quebra-galho” quando o time necessita. Erazo, na minha opinião, é bom zagueiro, mas, assim como Leo Silva, é muito lento. Portanto para que ele jogue, será necessária maior proteção à zaga. A grande esperança foi o Thiago, porém, fracassou grotescamente no primeiro gol do Flamengo que, no cruzamento de Cirino, ficou acompanhando só a bola e quando foi olhar para o Guerreiro a pelota já estava no fundo das redes. Enfim, Aguirre terá de trabalhar primeiramente a zaga pela ausência de Jemerson, para só depois realizar alguns ajustes pontuais no time que já está pronto. O time é bom, perdeu, mas mesmo sem ter o prestígio do passado, o adversário foi o Flamengo, que do outro lado conta com grandes jogadores. O Atlético está muito bem, com time entrosado e esquema definido.
O destaque vai para o público no Mineirão: mais de 30 mil pessoas e renda de 650 mil reais. E que 2016 seja assim, com estádios cheios e muitas famílias, mesmo que ainda com ingressos caros, recorrente violência, transporte público precário, estacionamentos abusivos e tudo o que possa desincentivar a ida ao campo.