A ocorrência de duas grandes competições de futebol, ao mesmo tempo, tem me feito quase que um escravo do sofá. A Eurocopa e Copa América ocorrendo simultaneamente me gerou algumas inevitáveis comparações. Mesmo sob forte desconfiança quanto à segurança da competição, a Eurocopa tem obtido o sucesso desejado tanto pelas partidas apresentadas quanto por toda festa fora de campo.
Assisti alguns jogos de ambas as competições e tenho preferido os jogos da Eurocopa aos da já encerrada Copa América, que teve o Chile mais uma vez campeão em cima da Argentina. A diferença mais evidente é que, no geral, as equipes europeias privilegiam a construção da jogada, tendo várias seleções com bons meio-campistas. O que produz um futebol com várias trocas de passes, pouquíssimas faltas e extrema obediência táctica. Já na América, tenho a impressão de sermos um pouco imediatistas. Aqui se busca o resultado a qualquer custo. Demasiadas faltas ocorrem durante aos jogos, muita pressão em cima da arbitragem. O que premia com a vitória o time que tiver mais vontade de ganhar, sem alguma estratégia planejada, seguindo apenas a intuição. O que se viu dessa Copa América foi muita “gana” e pouca consciência, com raras exceções. Resultado esse que nos faz possuir mais jogadores com características de definição, rápidos e até bailarinos. Mas com deficiência na armação das jogadas, com carência no meio de campo.
Pegando como referência os grandes jogadores europeus e americanos, percebe-se que possuímos melhores atacantes na média, e, eles, melhores meio-campistas.
Talvez seja essa a explicação para tamanha soberania dos grandes clubes europeus no mundial sobre todos os outros, inclusive aos nossos clubes americanos. Além de terem os seus meios-campistas europeus, possuem os artilheiros mágicos, bailarinos e rápidos. Como os próprios latinos, a exemplo de Messi, Neymar, Vidal, James e outros. Letal combinação para formar um time equilibrado e soberano.