Em meio a tamanha crise, bagunça, despreparo e outros adjetivos que, para não alongar o texto, não os cabe citar aqui, o futebol brasileiro continua sua possante caminhada de um passo à frente e dois para trás no quesito reforma do cenário atual.
O pior é ter que vir aqui falar sobre os mesmos problemas, as mesmas situações, os mesmos absurdos. Por que a insistência? Porque ainda me indigno com tamanho disparate que, de ano em ano, vem nos conduzindo a uma nação de sexta colocação em âmbito sulamericano, que coroa um ex-capitão como técnico da seleção sem NUNCA ter sequer treinado algum time anteriormente, alegando que a escolha se deve por “conhecer os bastidores” como ninguém. Cá pra nós, daí era melhor ter escolhido o massagista, né? Eles, normalmente, são muito alto-astrais e mais simpáticos que o Dunga; aliás, quem não é? Treinador precisa entender de FUTEBOL.
Diante disso, eu proclamo aquela velha e saudosa pergunta: E agora, quem poderá nos defender? O triste é saber que, no lugar do Chapolin, o que temos é o Antônio Carlos Nunes de Lima, o atual presidente da CBF e condecorado como Coronel Nunes após regime ditatorial militar. Um sujeito que no futebol consegue possuir um currículo menor que Dunga como treinador, chegou ao cargo apenas para assegurar no poder o atual grupo que conduz o futebol brasileiro ladeira abaixo.
Quem sabe Marco Polo Del Nero? José Maria Marín? Ricardo Teixeira? Certamente os três ainda gozam de maior autoridade que nosso querido Coronel Nunes. Entretanto, o primeiro se preocupa com CPIs e FBIs, o segundo cumpre prisão domiciliar nos EUA e o terceiro sumiu, desapareceu, escafedeu-se, esperando que se esqueçam dele.
Portanto, Dunga segue na seleção. Perfeito em seu papel – sujeito que faz com que todos se esqueçam dos três citados acima. A culpa cai sempre sobre seu colo, o alvo da mídia e da população, cenário perfeito para os benfeitores ex-presidentes da CBF. A Dunga só resta manter sua postura de sargento, sua hábil maneira de segurar a bronca nas horas difíceis diante de tamanha insatisfação nacional.
Bom, temos Coronel e temos sargento. Mas não temos time, não temos comando, não temos perspectiva e nem esperança. Temos um exemplo de militância na CBF, assim como no cenário político, como se fosse um espelho de todo caos em que estamos navegando. Dunga pode não ser o treinador que queremos, mas certamente é o que merecemos.